17. ago. 2022

Biden sanciona lei de US$ 430 bilhões para combater mudanças climáticas e inflação

Pacote proposto pelo governo o é maior da história dos Estados Unidos para lidar com aquecimento global.

O presidente americano Joe Biden assinou nesta terça-feira (16) a lei que institui um pacote de US$ 430 bilhões para combater as mudanças climáticas e a inflação que havia sido aproevada pelo Congresso na sexta-feira (12). O pacote também busca reduzir o custo de medicamentos prescritos, aumentar os impostos sobre algumas corporações e reduzir o déficit econômico do país.

Em um evento na Casa Branca, Biden se juntou a líderes democratas, incluindo o senador Joe Manchin, da Virgínia Ocidental, cujo apoio foi crucial para a aprovação da chamada “Lei de Redução da Inflação”. “Joe, nunca tivemos dúvidas”, disse Biden.

Biden usou o evento para criticar os republicanos e tentar usar uma série de vitórias legislativas dos democratas para ajudar a impulsionar seu partido nas eleições parlamentares de novembro.

“Neste momento histórico, os democratas ficaram do lado do povo americano e todos os republicanos ficaram do lado dos interesses específicos”, disse Biden. “Todos os republicanos no Congresso votaram contra este projeto de lei.”

Saúde

A lei permitirá que o Medicare (seguro de saúde do governo dos EUA) negocie preços mais baixos de medicamentos para idosos. A ideia é impedir que cerca de 13 milhões de norte-americanos de baixa e média renda sejam impactados por aumentos previstos para o ano que vem.

O pacote, que destina US$ 370 bilhões para combater as mudanças climáticas, é o maior já aprovado para lidar com aquecimento global na história do país. O texto é a versão final da lei Build Back Better (“Reconstruir Melhor”, em tradução livre), proposta por Biden ainda durante a campanha eleitoral e cujo foco é justamente o clima.

Uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada nos dias 3 e 4 de agosto revelou que quase metade dos norte-americanos apoia a legislação climática e de preços de medicamentos. De acordo com o estudo, 69% dos democratas e 34% dos republicanos se declararam favoráveis ao pacote.

“É uma vitória retumbante para as famílias americanas”, declarou Nancy Pelosi, presidente da Câmara pouco antes da votação na Câmara, descrevendo a lei como “um pacote robusto de corte de custos que atende ao momento, garantindo que nossas famílias prosperem e que nosso planeta sobreviva”.

Os democratas esperam que a lei os ajude nas urnas em novembro, quando os eleitores decidirem o equilíbrio de poder no Congresso antes das eleições presidenciais de 2024. Os republicanos são os favoritos para conquistar a maioria na Câmara e também podem assumir o controle do Senado.

O Partido Republicano, entretanto, se opunha e afirma que ela acabará com empregos ao aumentar as contas de impostos corporativos, alimentará ainda mais a inflação com gastos do governo e inibirá o desenvolvimento de novos medicamentos.

“Os democratas mais do que qualquer outra maioria na história são viciados em gastar o dinheiro de outras pessoas, independentemente do que nós, como país, podemos pagar”, disse o líder republicano na Câmara, Kevin McCarthy, em um discurso no plenário.

Grupos empresariais tiveram uma reação mista à lei, que oferece a perspectiva de maiores impostos para algumas empresas e, ao mesmo tempo, protege a indústria de combustíveis fósseis.

Os investidores que desejam investir dinheiro em produtos de energia limpa podem esperar pelo menos uma década de subsídios federais por meio de créditos fiscais de longo prazo para energia eólica e solar e novos créditos para armazenamento de energia, biogás e hidrogênio. Os desenvolvedores que usam equipamentos fabricados nos EUA ou constroem em áreas mais pobres terão suporte adicional.

Mas a lei não deixa a indústria de combustíveis fósseis dos EUA sem recursos. Algumas disposições permitem que o governo federal autorize novos empreendimentos de energia eólica e solar em terras federais apenas quando também estiver leiloando direitos de perfuração de petróleo e gás natural.

As proteções aos combustíveis fósseis decepcionaram os progressistas, mas não barram o apoio democrata. “Não apoiamos a expansão do arrendamento de combustíveis fósseis”, disse a deputada Pramila Jayapal, que lidera a bancada progressista do Congresso. “Mas criticamente, análises independentes mostram que seu impacto será superado pelos cortes de poluição de carbono do projeto de lei.”

Fonte: G1

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