24. jun. 2021

Witzel diz que depoimento sigiloso comprovará violação do Estado de direito

Ex-governador do Rio de Janeiro deve ser ouvido pelos senadores da CPI da Pandemia em julho

Ainda não há data e nem local para o depoimento secreto de Wilson Witzel, ex-governador do Rio de Janeiro, na CPI da Pandemia. À CNN, ele afirmou que “tudo está sob segredo de Justiça”.

O requerimento para realização da sessão sigilosa foi aprovado pelos senadores durante a sessão deliberativa na quarta-feira (23), por sete votos a três. Este será o segundo depoimento de Witzel à CPI.  

A sessão poderá ser feita no Rio de Janeiro ou em Brasília, a critério dos advogados do ex-governador. Antes da votação que definiria se o depoimento poderia ser feito de forma secreta, o vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que a oitiva com Witzel deve ficar para o início de julho.  

“Faremos em julho. O senhor Witzel está sob ameaça, seu advogado relatou isso para a direção da CPI. Nós vamos fazer a diligência da forma que for mais segura e onde ele se sentir mais seguro para prestar informações para a CPI. Se tiver que ser aqui em Brasília, será. Se tiver que ser no Rio de Janeiro, será. Se tiver que ser em qualquer lugar do país, será”, destacou.

A possibilidade do depoimento secreto foi posta após o ex-juiz federal afirmar, na CPI, ter informações sigilosas a repassar aos parlamentares. 

Witzel disse que pretende revelar “fatos gravíssimos” sobre a intervenção do Governo Federal no combate à pandemia. Após as declarações, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) disse que apresentará ainda nesta semana uma queixa por “crime contra a honra”, contra o ex-governador. A informação foi antecipada pelo analista da CNN, Leandro Resende.   

No Twitter, o ex-governador comentou o depoimento sigiloso. Ele disse que apresentará indícios que comprovam a violação do Estado democrático de direito e que ele foi vítima deste projeto. Witzel também afirmou que só falará sob proteção policial, porque ele e a família tem sofrido ameaças.

Outros encaminhamentos da CPI 

A CPI também aprovou na quarta-feira (23) a quebra de sigilo de Organizações sociais (OS) com contratos na área da saúde com o governo do Rio de Janeiro durante a pandemia de Covid-19, investigadas por fraude no mesmo processo de Witzel.

A OS Unir Saúde foi requalificada à época pelo ex-governador após indícios de irregularidades. Já o Instituto Iabas deveria entregar sete hospitais de campanha, mas apenas dois foram inaugurados.  

Procurado pela CNN, o Iabas disse ver “com tranquilidade a decisão da CPI e informa que sempre esteve à disposição para colaborar com as autoridades, para quaisquer esclarecimentos necessários à elucidação dos fatos”.

“Ressalta, ainda, que pauta sua atuação pela absoluta transparência, que sempre agiu em estrita observância às suas obrigações contratuais e legais e apresentou prestação de contas de todo o valor recebido pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro.”  

A Unir Saúde ainda não se pronunciou.  

FONTE: CNN

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